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Melancolia. Durante toda a carreira de mais de 30 anos do The Cure, o líder Robert Smith e seus músicos de apoio ficaram divididos entre atirar-se nesse sentimento ou fazer de tudo para se distanciar dele. E, embora nunca tenham conseguido se livrar completamente do rótulo de melancólicos, eles fizeram, repetidas vezes, com que suas criações emocionais rendessem milhões. Longe dos palcos paulistanos desde 1996, o Cure estará de volta em abril, com um grande show de três horas abrangendo tanto os hits agitados como as baladas de partir o coração de sua extensa discografia.
Frequentemente lembrado como o símbolo vivo da primeira onda de rock alternativo e classificado como o estereótipo do adolescente alienado e suicida em todo o mundo, o visual que marcou Smith – cabelos volumosos e bagunçados e rosto sério e maquiado – pode ser uma das razões para a duradoura imagem tristonha do Cure. Ainda assim, não há como negar: eles são responsáveis por clássicos do rock gótico dos anos 1980, com arranjos simples e letras depressivas, tais como ‘Seventeen Seconds’, ‘Faith’ e ‘Pornography’, além do álbum Disintegration (1989), avassalador sucesso comercial que trouxe ‘Lovesong’ e ‘Lullaby’. Mas, apesar de todas as canções fúnebres, o compositor Smith tentou fazer sua cabeleira balançar ao som de canções diferentes, indo por caminhos mais alegres desde o single ‘The Love Cats’, de 1983, e mais adiante em discos como Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (1987) e Wish (1992), este último mais lembrado pelo saltitante hit ‘Friday I’m in Love’.
E, embora os discos que sempre vendem muito bem tenham dado à banda um grande sucesso internacional, as composições mais empolgadas de Smith continuam parecendo um leve engodo se comparadas com o sofrimento que o transformou em figura tão adorada e reconhecível – seu estilo e comportamento foram a base para o filme Edward Mãos de Tesoura, de Tim Burton, e para Cheyenne, o ex- roqueiro deprimido de Sean Penn em Aqui É Meu Lugar, de 2011. Musicalmente falando, o último disco do Cure, 4:13 Dream (2008), não traz nenhuma novidade, mas refaz os caminhos preferidos da banda, mantendo a guitarra ondulante e o baixo onírico. Os singles do disco provavelmente terão espaço no próximo show, juntamente com clássicos como ‘In Between Days’ e ‘Just Like Heaven’ – uma faixa romântica que ainda soa particularmente triste. Chame de melancolia britânica adolescente ou de autopiedade antiquada, mas às vezes faz bem se sentir mal assim.
Atenção: o show foi transferido do Estádio do Morumbi para a Arena Anhembi. Os ingressos para a pista e pista premium permanecem válidos, mas os demais precisam ser trocados ou reembolsados. Mais informações no site www.livepass.com. Atualizado em 19/3/2013.
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